sábado, 12 de maio de 2012

Até que enfim é véspera de decisões estaduais!






12 de maio de 2012. Até que enfim chegou! A véspera das finais estaduais!

Muitos podem pensar que o motivo da alegria do blogueiro que vos escreve é a oportunidade de assistir a grandes decisões regionais e um desfecho digno para os “extraordinários” Campeonatos Estaduais. Mas quem pensou assim, se enganou. O fato a ser comemorado é o de finalmente estar chegando o dia em que terminarão tais torneios, que nada mais são do que a pior (e maior) encheção de lingüiça do futebol brasileiro. Foram aproximadamente cem dias de tédio futebolístico da pior qualidade.

É claro que os campeonatos estaduais são importantes para os clubes pequenos e também para aqueles times tradicionais e de grandes torcidas que se encontram geograficamente e financeiramente distantes dos principais centros de futebol do Brasil, mas nada justifica a submissão dos clubes restantes a tamanha bagunça. Por exemplo, o Campeonato Paulista com dezenove longas rodadas na fase de classificação e fases finais decididas em jogo único é um escândalo! O tempo que poderia ser utilizado por times de maior expressão para excursionar pelo país, ou até mesmo pelo exterior, é integralmente gasto em partidas inexpressivas, contra times inexpressivos, para obter resultados inexpressivos, já que em um único dia ruim, dezenove rodadas de bom futebol podem ser jogadas no lixo, como aconteceu com o líder da fase de classificação do “Paulistão”, Corinthians, que foi eliminado já nas quartas-de-final pela bem arrumada Ponte Preta, de Gilson Kleina.

Apesar dos pesares, os estaduais têm seu charme. O encontro com as equipes que eram grandes há 60 anos, a supremacia na “vizinhança”, a gozação quando o rival perde daquele timeco lá da roça do lado da casa da vovó... Tudo isso remete aos “anos dourados” do futebol brasileiro, quando campeonatos de escala nacional e internacional não atraíam tanto a atenção dos torcedores, até mesmo por serem ainda menos organizados do que atualmente ou simplesmente por inexistirem... Mas como diz a sabedoria popular: “quem vive de passado é museu”! Do jeito que estão os estaduais, não dá!

Fórmulas esdrúxulas, estádios vazios, excesso de datas, de times, de gramados que mais parecem pastos, de arbitragens bizarras, além de falta de tempo para pré-temporada, de organização por parte das federações e de interesse por parte da CBF (não que tudo isso seja “privilégio” dos estaduais - o futebol brasileiro em si, mesmo com o crescimento das cotas de TV e de patrocínios de camisa continua uma várzea - mas essa é outra discussão) tornam esses torneios arrastados, e me desculpem seus defensores, insuportáveis.
Para seres pensantes como eu e você, algumas soluções se apresentam. A diminuição de datas dedicadas a tais torneios, uma seletiva maior entre os times pequenos antes dos confrontos contra os grandes (o que elevaria o nível técnico) e um ajuste no calendário para evitar uma divisão de atenção entre o estadual e alguma outra competição são soluções que parecem óbvias. No entanto, não é assim que pensam os “Poderosos Chefões” do futebol brasileiro, que estão mais preocupados com as famigeradas obras da Copa do Mundo de 2014 e com a Amarelinha, a Seleção pentacampeã que há muito vive de marketing e de suas glórias num passado não tão distante e que, como os estaduais, não consegue mais ter o apelo de outrora junto à torcida brasileira.

Muito por questões políticas intimamente ligadas à Confederação Brasileira e às Federações de cada estado, além da resistência dos loucos que continuam torcendo, mesmo em um jogo contra o Arranca-Toco F.C., por enquanto, os estaduais sobreviverão, e com eles, toda a chatice e monotonia que já viraram suas marcas registradas. Quem sabe algum dia alguém se interesse por promover uma mudança que os salvará, mas enquanto isso, o futebol brasileiro continuará convivendo com mais de cem longos dias de Paulistões, Gauchões, Pernambucanões, Sergipanões, e outros que, além dos nomes, não têm nada de “ões”.




Tirinha retirada do blog "Os Três Tigres Tristes"





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