
Por Maurício Paulucci

Foram 2 anos e 15 dias. Esse foi o tempo que a torcida do Cruzeiro esperou para rever o time de perto. No dia 02 de junho de 2010 o time enfrentou a o Santos, pela 6ª rodada do Brasileiro daquele ano, na despedida do Mineirão, que fecharia para começar as obras para a Copa de 2014. Naquela ocasião, o jogo foi muito chato e terminou sem nenhuma das equipes balançarem as redes. Ontem o Cruzeiro enfrentou o Figueirense, pela quinta rodada e quem foi ver de perto o retorno do time celeste à Belo Horizonte começou assustado com a desatenção e o marasmo na partida, mas falaremos disso mais tarde.

Na quinta feira a imprensa já anunciava que os ingressos haviam se esgotado, mas resolvi ir ao campo da mesma maneira. Paguei 50 reais em um ingresso que custava quinze para o Portão 5, da rua Pitangui, famigerado setor onde a visão é prejudicada. Foi muito emocionante ver a torcida de volta ao estádio, famílias, crianças e mulheres compondo a multidão que aguardava ansiosamente o início da partida. O que não acontecia com tanta frequência na Arena do Jacaré, que foi útil, mas não deixará saudades.
O estádio Independência está muito bonito e organizado. Só achei as cadeiras na arquibancada superior desnecessárias, já que, para existir o jogo é preciso ficar em pé. Podiam era ter colocado uma almofadinha no parapeito para amenizar a dor no cotovelo.

Mas vamos falar do jogo. A torcida começou muito empolgada com direito a mosaico (que deu certo pela primeira vez) e um bandeirão da camisa do cruzeiro que começava na arquibancada superior e caia para inferior.
Fato que chamou a atenção foi a escalação do Celso Roth, que tinha o desfalque de Tinga. Quando todos esperavam a entrada de Marcelo Oliveira para compor o meio, o treinador surpreendeu mudando a formação, agora com três atacantes (que não deu certo com Mancini) e entrando com Wallysson. Na verdade o Cruzeiro estava jogando no 4-2-3-1, com o Wellington Linguiça totalmente isolado no ataque, Fabinho aberto pela direita e Wallysson pela esquerda, com Montillo jogando entre eles.
O Cruzeiro começou muito mal, e o Figueirense, que tem um time muito bem armado pelo treinador Argel, teve várias chances de gol, principalmente em falhas do zagueiro Matheus, que estava muito inseguro. As melhores jogadas saiam pela ponta esquerda com Pablo, ex-Cruzeiro. Aloísio, bom atacante do time catarinense perdeu algumas boas oportunidades e esbarrou nas defesas do sempre regular Fábio, que fez uma partidassa.

A empolgação da torcida foi logo substituída pelo sentimento apreensão e impaciência de ver a equipe sem poder de reação nenhuma e sendo pressionado pelo Figueira em casa. O meio de campo estava muito distante do ataque o que forçou Wellington Paulista a recuar um pouco para participar do jogo com Montillo. Amaral fazia uma partida horrível errando muitos passes e confuso na marcação, a torcida já pegava no seu pé e pedia a entrada de Leandro Guerreiro. Aliás, Charles também fez uma péssima partida, perdendo muitas bolas no meio campo e cometendo muitas faltas para suprir esses erros, a diferença é o que volante passa liso pelas criticas pela sua raça e por ser xodó da torcida.
A formação com três homens de frente não deu certo, Wallyson, foi, para mim, o pior em campo. Estava andando em campo com pouquíssima mobilidade e sem nenhuma motivação. Parecia estar com receio de dividir bolas ou dar um pique mais longo por conta de sua contusão. E um jogador como ele, que tem com carro-chefe o condicionamento físico e a velocidade não tem utilidade dessa forma.

O time saiu vaiado do primeiro tempo, e só não saiu atrás no marcador pelas grandes defesas do goleiro Fábio e a ineficiência do ataque do Figueira. O treinador do Cruzeiro percebeu que o Cruzeiro estava perdendo o controle do jogo no meio de campo e tentou corrigir trocando Amaral por Leandro Guerreiro. O Cruzeiro voltou outro, mais ligado na marcação, podendo assim dar mais atenção à parte ofensiva. Não demorou muito para promover a segunda alteração. Wallyson finalmente saiu para entrada de Souza, que viria a ser o nome do jogo.
Com duas linhas de quatro, e com Fabinho e Wellington Paulista à frente, o Cruzeiro mudou da água pro vinho. Souza botou fogo no jogo e com o meio de campo mais compacto as bolas chegavam mais fácil ao ataque e Montillo podia buscar alternativas de jogo ficando menos sozinho.
Em uma linda enfiada de bola de Souza, Wellington Paulista recebeu na frente do goleiro Wilson, e com um toque sutil driblou e fez o único gol da partida.

O Cruzeiro é vice-líder do campeonato com 11 pontos mais até hoje não fez nenhuma partida que convenceu. O mais perto que chegou perto disso foram os 6 minutos contra o Botafogo na 3ª rodada. Até aqui a estratégia do Celso Roth tem se mostrado eficaz, mas o Cruzeiro está longe de ser mostrar um time capaz de brigar por alguma coisa nesse campeonato. Apesar disso, esse início é muito positivo porque dá uma tranquilizada no dia a dia na Toca.
É notável o crescimento dos laterais Everton e Diego Renan com a chegada do Roth, porém se o Cruzeiro quiser almejar alguma coisa nesse campeonato contratar pelo menos um lateral com urgência. O Cruzeiro precisa também de um atacante, porque Fabinho, apesar de ter feito uma boa estreia, tem mostrado a cada jogo que não é jogador de time grande.
O próximo confronto do Cruzeiro é contra o líder Vasco em São Januário no fim de semana, e se começar o jogo como começou o de ontem pode preparar que vai voltar do Rio com alguns gols na conta.
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