segunda-feira, 21 de maio de 2012

Tic Tac Atleticano



por Gustavo Aleixo



Em cima da hora. Foi assim que o Galo conseguiu uma importante vitória na sua estréia pelo Brasileirão 2012 sobre a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli.
  
O jogo era entre dois times que vinham embalados por boas campanhas nos estaduais, o Atlético campeão do Mineiro, e a Ponte semi finalista do Paulistão. Olhando apenas por esse lado a partida em Campinas já prometia ser interessante, mas havia mais um ingrediente todo especial para essa peleja: o tempo.


É, fazia tempo que o Galo não ganhava da Macaca, desde 1971 a supremacia era toda da equipe campineira. Porém, o Atlético defendia o fato de jamais ter sido derrotado na primeira rodada do Campeonato Brasileiro na era dos pontos corridos.
  
E como não poderia ser diferente, o juiz acertou seu cronômetro e sem perder tempo, as duas equipes partiram para o ataque. Mas o que se viu durante todo o jogo foi que as horas de treino despendidas durante a semana não surtiram o efeito desejado pelos treinadores. Foram poucas chances de gols criadas, a maioria do Atlético que se aproveitava das falhas do goleiro Lauro, que como um relógio desajustado, saía atrasado em todos os cruzamentos.
  
Faltava algo para o Atlético fazer o gol da vitória, e estava evidente que a resposta estava no meio campo atleticano, que muito pouco produtivo, não servia bolas para o centroavante André. Cuca olhava agoniado para seu relógio, mas não percebia que a resposta para a apresentação abaixo da média da equipe atleticana, estava personificada nos ponteiros do acessório em seu pulso.
  
Sem Guilherme, o Galo não apresenta o camisa 10 clássico em seu plantel, aquele capaz de concatenar jogadas de ataque e distribuir passes ao redor do campo. Por outro lado, o Atlético apresenta várias opções de jogadores de lado de campo, que são deslocados para posições centrais no meio campo atleticano e não rendem o esperado. Atletas como Mancini, Escudero, Bernard e Danilinho são jogadores que não tem excelência no passe, mas são bons carregadores de bola. Tais jogadores não são organizadores, são ponteiros, e assim como num relógio precisam de uma bateria para mover as engrenagens e assim, fazer o time funcionar, e essa bateria é justamente o camisa 10 que naquela tarde faltava ao Atlético.
  
Cuca tentou mudar a postura da equipe, mudando o esquema do 4-4-2 para o 3-5-2, procurando utilizar mais os apoios dos laterais , mas a desorganização permanecia evidente na equipe atleticana que passou a apostar em bolas alçadas na área ponte pretana. Por sorte, o tempo foi aliado do Atlético na partida, e aos 45 minutos do segundo tempo, em uma bola parada, o argentino Escudero garantiu a vitória alvi-negra com um gol de cabeça, em falha do goleiro Lauro.
  
Neste jogo narrado em apenas alguns minutos de bom futebol, fica o alerta para a diretoria atleticana, que para se disputar o Brasileirão em alto nível, é preciso ter um plantel com peças de reposição e não uma equipe inchada de jogadores que têm as mesmas características. É preciso que o Atlético seja rápido e recupere o tempo perdido para a construção da equipe, que já deveria estar pronta, para que esse elenco não se torne uma bomba relógio que cedo ou tarde complicará a situação do Galo no Brasileiro. 

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