quarta-feira, 11 de julho de 2012

E ressurge o alviverde imponente...


Por Maurício Paulucci


O Palmeiras não tem exatamente um time excelente, mas, depois de esperar na fila por 12 anos, foi campeão incontestável da Copa do Brasil nesta noite. Depois de muito tempo amargando as disputas internas de poder, o Porco pode enfim comemorar um feito dentro das quatro linhas.

Segurança foi uma palavra que acompanhou a trajetória do alviverde paulista nessa competição. Segurança esta que foi construída no jogo de ida da final, na Arena Barueri, contra o Coritiba. No segundo jogo, a tranquilidade foi ameaçada com um gol de falta de Ayrton, aos 16 minutos do segundo tempo, e se anunciava uma blitz do Coxa Branca, que fazia qualquer palmeirense sentir um frio na barriga. No entanto, não demorou muito para a maior arma – que não é mais nem um pouco secreta – mostrar sua eficácia. Em uma falta, como não podia ser diferente, Marcos Assunção faz um cruzamento, e com uma casquinha de Betinho, a bola morreu no fundo das redes de Vanderlei junto com as esperanças de qualquer torcedor do Coritiba.

O Palmeiras é um campeão invicto que mostrou força em um conjunto comandado por um treinador experiente que conseguiu dividir a glória entre protagonistas e coadjuvantes. No entanto, é importante dizer que essa mediação feita por Felipão só pôde ser viabilizada graças à chegada de César Sampaio, que amenizou os conflitos internos no clube, principalmente, entre o treinador e direção e entre o treinador e o elenco.

Luiz Felipe Scolari, que já afirmou que deixa o clube no fim do ano, deu ao Palmeiras uma segurança e maturidade ao sistema defensivo do time muito grande, teve personalidade para sacar Deola e lançar o goleiro Bruno em um momento difícil, teve peito para adiantar Henrique para volante, tirando a vaga de Marcio Araújo, e deu outra dinâmica ao meio campo do Palmeiras.

A campanha vitoriosa do Porco começou com um gol de Barcos, nome que seria entoado pela torcida durante toda competição, por ter sido um dos principais jogadores da equipe. Existe uma máxima no futebol que afirma que um time campeão se faz de um elenco completo, com peças de reposição para eventuais imprevistos. A princípio, o Palmeiras não tinha isso, mas parece ser uma característica de Felipão transformar um time desacreditado em uma família em que cada jogador é ciente de suas funções.

O campeão da Copa do Brasil passou por vários adversários, mas, de fato, a maior dificuldade superada nessa campanha não estava nos outros clubes, mas internamente. A lesão de Wesley, o sequestro e a instabilidade de Valdívia, a cirurgia súbita de Barcos no final do campeonato e a desconfiança da torcida e da imprensa foram fatores que engrandecem ainda mais essa conquista.

É importante valorizar cada peça que ajudou a levar o Palmeiras a esse titulo: nas primeiras fases, Juninho e Maikon Leite tiveram participação essencial; Thiago Heleno, Mauricio Ramos e Henrique demonstraram que, com consciência tática, é possível fazer uma defesa segura; João Vitor, que por muitas vezes não recebeu o destaque que merecia, sustentava a subida dos volantes palmeirenses em diversos momentos; Valdívia, desde que adotou o visual “bigodón”, nas seminais contra o Paraná, voltou a ter papel fundamental na equipe. Tudo isso sem falar em Barcos, que foi decisivo em varias ocasiões nessa campanha. O Palmeiras foi capaz de revelar também nessa Copa do Brasil dois talentos que surgiram em situações inesperadas: Mazinho e Betinho.


O clichê no futebol é uma coisa que irrita muitos fãs deste esporte, mas é inegável dizer que Marcos Assunção é o principal jogador desse elenco, já que participou ativamente da maioria dos gols do Palmeiras na Copa do Brasil. É importante enxergar que o ambiente nos vestiários do Palmeiras melhorou tanto que depois de qualquer desconfiança, o técnico foi carregado nos braços dos jogadores.

E agora, o Palmeiras foi campeão invicto, mas será que esse titulo garante tranqüilidade para 2013, onde o clube disputará uma Libertadores da América? O clube passará por processo eleitoral no meio do ano, o que irá definir o futuro de Felipão. Caso o técnico permaneça, é provável a manutenção do bom clima interno, caso saia, todas as turbulências que sempre rondaram o alviverde Paulista podem voltar à tona.



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