quinta-feira, 19 de julho de 2012

Jogou mal, mas venceu



Por Gustavo Aleixo

Depois de três derrotas seguidas o Cruzeiro desembarcava em São Paulo para buscar a reação no campeonato.

A resposta para o momento terrível da Raposa no Brasileirão estava direcionada para a fase ruim da defesa celeste, mas a expectativa para uma melhora da equipe também se situava no mesmo setor.

A questão é que antes de perder nas três últimas rodadas, o Cruzeiro era líder, e acima de tudo apresentava uma das melhores defesas do campeonato com apenas 3 gols sofridos, média de 0,5 por jogo e um ataque com média de 1,3 gols por partida. O ataque nas últimas três rodadas manteve a mesma média, porém a defesa nesses três jogos levou 8 tentos, totalizando uma média de 2,6. Somente a zaga do Coritiba levou mais gols que a defesa celeste nas últimas três partidas.

Por isso, Celso Roth chegou ao Canindé com o intuito de apresentar novamente o mesmo futebol feio, pragmático e marcador do início de campeonato. O adversário do outro lado era a Portuguesa, que tinha o pior ataque do Brasileirão, o que de certa forma favorecia a estratégia implementada por Roth.

O primeiro tempo traduziu toda a expectativa ruim que se gerou entorno do jogo. O ataque da Portuguesa mostrou que é péssimo e não ofereceu perigo ao gol de Fábio. O Cruzeiro seguiu as orientações do treinador em demasia, e não fez nada na primeira etapa além de marcar e dar chutões para a frente. O futebol praticado no primeiro tempo deu mais calafrios aos torcedores presentes do que o vento frio que soprava na terra da garoa.

O segundo tempo também foi muito ruim. Celso Roth permaneceu muito burocrático no jogo e quando fez alterações, trocou seis por meia dúzia. O técnico parecia com medo de arriscar, muito em virtude das últimas derrotas, em que sua ousadia o levou à derrota. Porém, no jogo dessa quarta, um pouco de arrojo se fazia necessário. A Portuguesa tem um time fraquíssimo, e mesmo fazendo alterações, permaneceu desfilando seu péssimo futebol em campo. Cabia ao Cruzeiro, time mais qualificado, buscar o resultado, e isso não aconteceu.

Por sorte, o Cruzeiro, time que mais teve pênaltis ao seu favor esse ano, mais uma fez teve a chance bater um penalidade máxima. O zagueiro foi expulso e Wellington Paulista fez seu sexto gol no campeonato, sendo quatro de pênalti. Depois disso, a esquadra celeste ainda fez o segundo gol com Diego Renan em uma jogada de contra ataque.

O Cruzeiro venceu a partida, mas muito pouco pode ser tirado da atuação da equipe. O time marcou de maneira mais incisiva e não deixou que a equipe da Lusa levasse perigo. Porém, é complicado dizer que defesa celeste apresentou evolução, uma vez que a ruindade (e essa é a palavra) da Portuguesa favorece qualquer tipo de marcação. Ainda assim, Ceará atuou bem na estréia e Rafael Donato também apresentou algumas qualidades na partida, mas que merecem ser melhor analisadas em partidas posteriores. 

Quanto ao ataque, a formação composta por dois centroavantes pareceu mais uma vez ineficaz e mal armada. Borges jogou protegendo bolas longe da grande área, e por vezes atuou pelos lados do campo. O Cruzeiro se tornou lento e previsível com dois jogadores de área que não davam opções, por isso o que se viu foram vários chutões durante toda a partida.

É claro que diante de tudo isso, ainda haverá certa insatisfação acerca do baixo nível do futebol praticado. O resultado mais justo para o jogo seria o empate sem gols, mas o Cruzeiro acabou vencendo, e isso, no fim das contas, valerá os mesmos três pontos de uma vitória conquistada através de um bom futebol. A Raposa tem um elenco fraco e é bom o torcedor se acostumar com esse futebolzinho meia boca, porque esse parece ser o melhor caminho para o Cruzeiro fazer uma boa campanha no Brasileirão. 

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