Se existia ainda alguma dúvida quanto à candidatura do Atlético ao título brasileiro, ela caiu por terra neste domingo. O Galo recebeu o Vasco, vice-líder do campeonato, e colocou o bacalhau cruzmaltino para cozinhar no Caldeirão do Independência. Com uma atuação invejável, o alvinegro mineiro venceu a partida e se isolou na liderança do certame.
Mas o jogo não foi fácil. Diante de uma equipe tão organizada quanto a equipe mineira, os jogadores atleticanos tiveram trabalho para vencer. No primeiro tempo, o Atlético, empurrado por mais de 19 mil pagantes pressionou o Vasco. A receita do mestre Cuca era a mesma de outras partidas: forte marcação e conta ataques rápidos. Mais uma vez o Atlético vinha muito bem compactado e saía com muita velocidade para o ataque, principalmente com lançamentos para o talentoso Bernard. O Galo ainda tinha em Marcos Rocha um jogador de extrema mobilidade e que por diversas vezes deixava a lateral direita para atuar no meio de campo. O Atlético criou boas oportunidades e parecia estar próximo do primeiro gol.
No entanto, o Vasco não se intimidou com a pressão atleticana e fez uma apresentação muito segura na primeira etapa. A zaga cruzmaltina, que não sofria gols há sete jogos, confirmou seu poder defensivo e possibilitou que o time carioca ainda levasse perigo em investidas de Carlos Alberto no ataque. O primeiro tempo terminava, assinalando um 0 a 0 muito bom de ser visto.
Com a obrigação de vencer em casa, o Galo se lançou novamente ao ataque na segunda etapa. A equipe vascaína cercada por uma distribuição tática perfeita da equipe atleticana, não conseguia armar seus contra golpes, à medida que o setor defensivo alvinegro permanecia impecável nos desarmes. Porém a esquadra atleticana ainda tinha um paredão a transpor e para superar a organização vascaína, tática não bastava, era necessária qualidade técnica.
Sumido no primeiro tempo, Ronaldinho precisou apenas do segundo tempo para se tornar o homem do jogo. Depois de alguns jogos com a camisa atleticana, o dentuço finalmente decidira ser protagonista e logo na partida mais importante para a equipe até então.
O Gaúcho na segunda etapa abandonou a faixa central do campo e passou a atuar junto ao garoto Bernard no lado esquerdo do gramado. Por lá foi irreverente, habilidoso e decisivo. O time percebeu que R49 queria jogo e passou a tocar bola para o jogador que, inspirado, distribuía passes e fazia lances de efeito. Numa dessas jogadas, Ronaldinho trocou passes com Bernard, e como um bom tutor, mostrou à promessa atleticana como se joga. Corte seco no zagueiro e cruzamento venenoso que sobrou para Jô, sempre bem posicionado, conferir. O craque atleticano, um dos pivôs de uma pseudo-discussão com o presidente Kalil, era sim o cara da partida e saía de campo logo depois, ovacionado pela torcida presente no estádio.Após o gol, o Atlético manteve a partida sob controle e não deu chances ao Vasco, que valorizou, e muito, a vitória atleticana. O Galo chega então ao fim da rodada com absurdos 84% dos pontos disputados e três pontos a mais que o segundo colocado, com uma partida a menos que seus adversários. O Galo canta sozinho na liderança.
É claro que, no futebol, nenhum time ganha uma partida antes do juiz apitar, muito menos conquista um título no meio do campeonato. Mas a verdade é que se o Brasileirão terminasse hoje, o Galo seria campeão brasileiro. E que campeão seria esse Atlético Mineiro.


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